domingo, 20 de fevereiro de 2011

Simone, minha mãe francesa.

Aujourd'hui, j'ai reçu la triste nouvelle de que j'ai perdu une amie.
Elle était mon prémier contact au Printemps, quand j'ai commencé à travailler à Lyon.
Une dame souriante, gaie et avait les yeux qui pétillait! Son prénom: Simone.
Elle travaillait pour Decamps et Jacquard Français. J'était son binome.
Simone m'a tout appris, sur les linges de maison. Les draps, les housses des couettes, les serviettes de bains, comme les collections arrivaient, etc. Grâce à elle, j'ai appris à composer une table avec les merveilleuses nappes en lin.
Simone, avant d'être vendeuse, était danseuse de Claude François.
Un jour, elle m'a apporté une photo d'elle et de Claude François après un espectacle.
Je l'appellais ma maman française et elle m'appellait sa fille brésilienne.
Il y a trois semaines, je lui ai parlé pour la dernière fois chez skype. Elle m'a vu moi et mes enfants et elle m'a promis de venir au Brésil. Elle viendra, c'est sûr, mais d'une autre façon... Je t'aime Simone et je ne t'oblierais jamais, ma maman...française...


Hoje, eu recebi a triste noticia de que perdi uma amiga.
Foi meu primeiro contato no Printemps, loja de departamentos em Lyon.
Quando cheguei no andar que iria trabalhar, fui apresentada a uma senhora sorridente, alegre e com um olhar maroto.
Ela era simpatica, se chamava Simone.
Trabalhava para grandes marcas de cama, mesa e banho: Decamps e Jacquard Français. Eu era sua parceira na época mais movimentada da loja, Natal e liquidação de final de ano.
Ela me ensinou tudo o que sei hoje, sobre roupas de cama. Lençois, fronhas, edredons. Como compor, o que coordenar. Novas coleções, novidades. Com a Jacquard Français, marca de toalhas de mesa de linho, aprendi com Simone a preparar e decorar uma mesa, de acordo com a porcelana, escolhia as toalhas de mesa, cores e estampas. Ela, como representante da marca, me paparicava, dizendo quais produtos comprar e me fazia descontos especiais. Hoje tenho as toalhas de linho e cada vez que as coloco na mesa, penso em Simone e no sorriso maroto que ela fazia...
Ela foi bailarina de Claude François, um famoso cantor francês que morreu tragicamente. Foi a época de ouro de Simone. Viajava com a troupe para todos os lugares. Com a morte dele ela precisou se virar e foi trabalhando como vendedora que pode se sustentar. Não casou, nem teve filhos. Viajava muito, com as amigas.
Ela me chamava de filha e eu dizia que ela era minha mamãe francesa. Eu amava muito essa "mãe" postiça, pois eu me sentia segura com ela ao lado.
Voltei para o Brasil e continuamos a nos falar.
Ha 3 semanas atras, conversamos pela primeira vez no skype. Ela viu meus filhos, ficou surpresa com o tamanho deles, conversamos muito e planejavamos nos ver em breve, ou no Brasil ou eu indo à Lyon.
Não deu tempo...minha "maman" francesa partiu para outro lugar, talvez melhor que este aqui, creio eu.
Vou sentir sua falta Simone, eu te amo e sempre te amarei...
Fique em paz ma maman chérie...je t'aime.



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A mensagem entendida. (Autor desconhecido)

Patrícia sentiu seu mundo desmoronar quando, após onze anos de casamento, seu marido lhe anunciou que tinha dado entrada no divórcio e estava saindo de casa.
Seu primeiro pensamento foi para os filhos: o menino tinha apenas cinco anos e a menina, quatro.
As dúvidas a assaltaram. Será que ela conseguiria manter a família unida?
Será que conseguiria transmitir-lhes o sentido de família? Será que, criando-os sozinha, conseguiria manter o lar, lhes ensinar ética, valores morais e tudo o mais que eles precisariam para a vida?
O importante era tentar. E ela tentou.
Durante a semana, ela arranjava tempo para rever os deveres de casa, discutir a
importância de fazer as coisas certas. Nos finais de semana, um programa infalível era levá-los para a evangelização.
Era importante alimentar os seus espíritos com as lições de Deus, Jesus, a Boa Nova.
E assim se passaram dois anos. Num dia das mães foi preparada uma homenagem muito bonita, no templo religioso. Falou-se a respeito da difícil tarefa de ser mãe e do reconhecimento que toda mãe merecia.
Finalmente, foi pedido que cada criança escolhesse, dentre as tantas flores que estavam em vasos enfeitados, uma para dar a sua mãe, como símbolo do quanto era amada e estimada.
Os filhos de Patrícia se encaminharam até as plantas. Enquanto esperava, Patrícia pensava nos momentos difíceis que os três haviam passado juntos.
Olhou as begônias, as margaridas douradas, os amores-perfeitos violetas e ficou a planejar onde plantar o que quer que escolhessem para ela. Com certeza, eles trariam uma linda flor, como demonstração de seu amor.
Todas as crianças já haviam escolhido as plantinhas e ofertado para suas mães, enquanto os filhos de Patrícia continuavam a escolher. Pareciam levar a tarefa muito a sério, olhando atentamente cada vaso.
Finalmente, com um grito de alegria, eles acharam algo bem no fundo.
Com sorrisos a lhes iluminar os rostinhos, eles avançaram até onde ela estava sentada e a presentearam com a planta que haviam escolhido.
Ela olhou estarrecida. A planta estava murcha, com aspecto doentio.
Aflita, ela aceitou o vaso que os filhos lhe estendiam. Era óbvio que eles haviam escolhido a menor planta, a mais doente. Nem flor tinha. Ela sentia vontade de chorar. Mas eles olhavam para a plantinha orgulhosos, sorridentes.
Mais tarde, já em casa, Patrícia não se conteve e perguntou: Por que, em meio a flores tão maravilhosas, vocês escolheram esta flor para me dar?
Ainda orgulhoso, o menino declarou: Mamãe, é que esta estava precisando de você.
Enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto, Patrícia abraçou seus dois filhos, com força.
Eles acabavam de lhe dar o maior presente de dia das mães que jamais poderia ter imaginado.
Todo o seu trabalho e sacrifício, ela reconhecia, não estava sendo em vão: eles estavam crescendo perfeitamente bem e tinham entendido a linguagem da renúncia e do amor.

Não existe uma forma de ser mãe perfeita, mas um milhão delas de ser uma boa mãe.
Esmere-se por ser uma boa mãe o bastante para seus filhos.
Sensata para os transformar em homens de bem.
Correta para lhes dar os exemplos de cidadania.
Digna para exemplificar a honra e amorosa para lhes falar das coisas que não perecem nunca e criam tesouros além da vida material.

O Arroz de Palma (Receita de Familia) - Francisco Azevedo


Família é prato difícil de preparar.
São muitos ingredientes.
Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo.
Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência.
Não é para qualquer um.
Os truques, os segredos, o imprevisível.
Às vezes, dá até vontade de desistir.
Preferimos o desconforto do estômago vazio.
Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio.
Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.
O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.
Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas.
Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade.
Sicrano, quem diria?
Selou, endureceu, murchou antes do tempo.
Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante.
Aquele o que surpreendeu e foi morar longe.
Ela, a mais apaixonada.
A outra, a mais consistente.
E você?
É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia.
Como saiu no álbum de retratos?
O mais prático e objetivo?
A mais sentimental?
A mais prestativa?
O que nunca quis nada com o trabalho?
Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo.
Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida.
Não há pressa.
Eu espero.
Já estão aí?
Todas?
Ótimo.
Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados.
Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola.
Não se envergonhe de chorar.
Família é prato que emociona.
E a gente chora mesmo.
De alegria, de raiva ou de tristeza.
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas.
Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre.
Família é prato extremamente sensível.
Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido.
Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional.
Principalmente na hora que se decide meter a colher.
Saber meter a colher é verdadeira arte.
Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita.
Bobagem.
Tudo ilusão.
Não existe “Família à Oswaldo Aranha”, “ Família à Rossini”, Família à “Belle Meunière” ou “Família ao Molho Pardo” em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria.
Família é afinidade, é “à Moda da Casa”.
E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces.
Outras, meio amargas.
Outras apimentadíssimas.
Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de “Família Diet”,que você suporta só para manter a linha.
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo.
Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa.
A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia-a-dia.
A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel.
Muita coisa se perde na lembrança, principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu.
O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer.
Se puder saborear, saboreie.
Não ligue para etiquetas.
Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro.
Aproveite ao máximo.
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.

"Se tivéssemos consciência do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes"

O Xingu do século 21 ameaçado - FOLHA DE SÃO PAULO - TENDÊNCIAS/DEBATES

O Xingu do século 21 ameaçado

Se nossos dirigentes tivessem interesse em entender a cultura dos indígenas, abortariam qualquer projeto que os ameaçasse, como Belo Monte
Em 2011, o Parque Indígena do Xingu está fazendo 50 anos. Algo profundo mudou na minha percepção de mundo enquanto conhecia o parque e sua história durante a produção do filme "Xingu".
Sem dúvida, é um dos maiores patrimônios do Brasil -e nós, brasileiros, não temos a menor ideia do que ele representa e do que está protegido ali. Criado em 1961, é a primeira reserva de grandes proporções no Brasil.Abriga povos de cultura riquíssima e filosofia milenar, que vivem em equilíbrio, preservando seu modo de vida, sua dignidade, sua cultura e vasta sabedoria, assimilando só o que vale a pena do "mundo de fora", sempre em sintonia com a natureza exuberante. Um verdadeiro santuário social, ambiental e histórico no coração do Brasil.
Mas não estamos falando só de preservação do passado e da natureza. O que está sendo protegido ali é o futuro. Não o futuro visto com os óculos velhos, sujos e antiquados que enxergam o progresso da mesma maneira como enxergavam nossos bisavós na Revolução Industrial, mas o futuro do século 21.
Esse talvez seja o maior patrimônio do Brasil hoje. Mais valioso que todo o petróleo, soja, carne, ferro que tiramos do nosso solo, ou todo automóvel, motocicleta, geladeira que fabricamos.
O que está protegido ali é um novo paradigma de como o ser humano pode e deve viver. Não estou dizendo que precisamos morar em ocas, dormir em redes, tomar banho no rio e andar nus. Falo de algo mais profundo.
Algo novo para nós, ditos civilizados, que nascemos e fomos criados como os donos do planeta. Arrogantes e prepotentes, nos transformamos no maior agente destruidor do nosso próprio habitat.
Um exército furioso de destruição. Um vírus que se multiplica e ataca, transformando e destruindo tudo o que encontra em seu caminho na presunção de que estamos construindo um mundo melhor, mais seguro, mais confortável, mais rentável. No Xingu, progresso tem outro significado.
No Xingu, homens e mulheres não vivem como donos do mundo, não foram criados com essa arrogância. Vivem como parte da cadeia de vida do planeta, e essa cadeia é interligada e interdependente. O "progresso" e o bem-estar dos homens está ligado ao equilíbrio dessa cadeia. Para os índios, homem e natureza evoluem juntos.
Golpe baixo.
Mas a megausina de Belo Monte quer represar o rio Xingu. O rio que é a alma e a base da vida das comunidades indígenas da região.
Um golpe baixo, em nome do progresso. Progresso com os velhos parâmetros dos séculos 19 e 20, que tem levado o mundo ao colapso social e ambiental.
É isso que queremos?
Se nossos dirigentes e a sociedade como um todo se interessassem em entender a filosofia, a cultura e a inteligência dos povos indígenas, abortariam qualquer projeto que os ameaçasse. E poderíamos inaugurar novo paradigma de progresso.
O progresso do equilíbrio. Seríamos a vanguarda mundial do século 21. Essa é a demanda. Essa é nossa chance. Sejamos corajosos, ousados, visionários. Como foram os que lutaram pela criação do Parque do Xingu há 50 anos.

CARLOS IMPÉRIO HAMBURGER, 48, é diretor de cinema e televisão. Atualmente finaliza o filme "Xingu", sobre a criação do Parque Indígena do Xingu.
FOLHA DE SÃO PAULO - TENDÊNCIAS/DEBATES

Cabala - 10 pontos para refletir...

1) Tirando todos os seus bens materiais, seu dinheiro, seu estudo e suas realizações, o que resta é o que você é. Pense nisso hoje. O que você é, em essência?

2) Quando você deseja alguma coisa, o universo lhe ajuda a chegar lá, sem selecionar pensamentos positivos ou negativos. Por isso, cuidado com o que você deseja.
3) Não devemos nos satisfazer com o bem que fazemos dentro da nossa natureza, devemos nos motivar a fazer aquilo que está além da nossa natureza.
4) Muitas pessoas ficam atoladas na escuridão. Mas há também os que ficam atolados na Luz. Ficamos contentes por estar em um “bom lugar” e não nos esforçamos para seguir em frente. É preciso subir sempre.
5) Estamos nesta vida para crescer constantemente, e nossa meta deve ser deixar este mundo sendo uma pessoa melhor do que a que entrou.
6) Achamos que as metas que definimos são o objetivo, mas o verdadeiro objetivo é o processo e a transformação pela qual passamos.
7) Concentre-se totalmente em ver suas situações negativas como oportunidades positivas. E deixe que pensamentos positivos dominem sua mente.
8) Hoje, pondere suas palavras antes de permitir que elas saiam da sua boca. Cinco segundos de reatividade podem destruir uma amizade de dez anos.
9) Não leve tudo para o lado pessoal. Você não é o centro de tudo que acontece. Quanto mais você conseguir domar sua forma de pensar egocêntrica mais feliz você será.
10) Seja paciente consigo mesmo se você não estiver onde gostaria de estar. Lembre-se: há um processo.