domingo, 13 de junho de 2010

Meu pai...(27/12/2006)

(Este foi um depoimento que fiz em homenagem a meu pai, e publicado no site do Museu da Pessoa em 27 de Julho de 2000 e que deixo aqui para homenageá-lo através do meu blog.)




"Bom, eu não tenho muito que dizer, mas muito o que lembrar...

Tenho certeza que essa dor vai passar e que tudo entrara em ordem, questão de tempo!
Meu pai faleceu, no dia 22/05/2000, sem ele, eu perdi um pouco das minhas raízes, desta árvore chamada minha vida e que cresce todos os dias...
Uma parte dessa raiz,  pereceu, secou, mas permanecera ao lado de outras raízes que vivem e quando eu a olhar, saberei que um dia viveu e que me deu forças para ser o que sou hoje.
E não me esqueço que tenho outras raízes e outros galhos, a minha árvore é a minha vida; e tenho que ter forças para alimentar e suportar as dificuldades, dando a possibilidade para que dê frutos e que se multipliquem.
Eu sei que meu pai não quer que eu fique triste, ele nunca fora uma pessoa triste; então tentaremos retomar a rotina. E essa rotina que nos dará força e nos cicatrizará, mas nunca, meu pai se apagará da nossa lembrança...
Ele foi único, um pai verdadeiro, aquele que me deixou brincar e rolar com ele no chão e que me deu a oportunidade de crescer dentro de um lar de amor e de proteção.
Foi um homem que não teve muito acesso à escola, mas era sábio, e seu jeito de falar nos dava certeza que deveríamos seguir seus conselhos.
Foi um grande avô, e vi ele fazer com os netos o que fez comigo quando criança: pegar no colo, brincar, abraçar e dar todo o amor do mundo, para meus filhos que guardam no coração, este avô tão carinhoso.
Me sinto realizada, pois lhe dei muitas alegrias: ele me viu crescer e estudar, eu me formei na universidade, eu me casei e dei-lhe um genro bom e honesto, dei-lhe netos: Caroline e Ivan.
Mas, não pude estar o tempo todo com ele, pois tive que viver em outras cidades e outro pais. Estava longe  fisicamente mas sempre com ele nos pensamentos e orações ou em conversas animadas no telefone!
Não há mais sua presença, não escuto mais sua voz...
Hoje, esta árvore esta mais triste...
Mas, esta árvore, eu e meus irmãos, netos e minha mãe, espalharão as sementes com o vento e deixaremos cair em outras terras...outros destinos, seguindo o caminho que meu pai iniciou.
Onde meu pai está atualmente, nada mais é distância, nada é mais difícil, tudo é paz!
Quando meu pai faleceu, meu filho dissera: "O vovô virou um anjo, com grandes asas e ele está feliz, lá no céu!".  Acredito que esteja realmente feliz!
Pai, tenha um vôo lindo, um vôo de alegrias e um dia estaremos com você!
Te amamos, sempre, para sempre!
Peço, mãe, que sejas forte, pois tudo o que vocês fizeram juntos foi lindo, honesto, amor.
Não se esquecendo de mostrar aos netos como este grande homem foi!
Nunca se canse de contar as estorias vividas por ele e você, pois os netos serão contagiados por essa alegria de viver que sempre existiu no seu marido, nosso pai e o avô carinhoso que sempre foi!
Até logo pai! Seja feliz! Tenha paz!
Te amo."






(Ana Stella de Carvalho Duarte enviou a homenagem ao seu pai em 27 de Julho de 2000 através do nosso site na Internet www.museudapessoa.com.br)

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